
Vista da exposição, Lucca Saad e Rachel Whiteread, Lucca e Rachel, 2019, São Paulo, SP

Vista da exposição, Lucca Saad e Rachel Whiteread, Lucca e Rachel, 2019, São Paulo, SP

Lucca Saad, Espelho, tinta óleo sobre gesso, 2020, 42 x 39 cm, São Paulo, SP

Vista da exposição, Lucca Saad e Rachel Whiteread, Lucca e Rachel, 2019, São Paulo, SP
COXIA
A exposição Coxia, produzida e realizada pela Grande Escola de Arte do Brasil, traz trabalhos de Rachel Whiteread (1963) e Lucca Saad (1997), pela primeira vez em um grande encontro na cidade de São Paulo. A artista britânica da geração que ficou conhecida como Young British Artists em um evento inédito com o jovem artista brasileiro.
No teatro, a coxia é um espaço escondido nas laterais do palco. É para onde os artistas vão quando saem de cena ou quando estão esperando a hora de entrar. Um lugar que opera no vazio enquanto o espetáculo acontece.
Rachel versa sobre seus objetos do cotidiano falando de memória, da morada (a casa) e do residual. À mesma maneira, Lucca Saad nos conta histórias de uma casa e de seus fantasmas.
Uma pequena pintura, realizada sobre espelhos de tomadas em gesso, que foram feitos artesanalmente pelo processo de moldagem dos espelhos originais de uma casa antiga, a casa de seu avô. A tinta a óleo constrói por cima um portal, uma passagem. Nas pinturas, vultos e aparições, uma dança, um esqueleto.
Junto aos trabalhos de Lucca, estão as esculturas de resina de Whiteread. Essas esculturas vêm de uma pesquisa que teve início em 2004, quando a artista começou a tirar moldes de portas e janelas para produzir esculturas em plástico e, depois, em resina colorida. Portas novas e portas antigas que são expostas na altura das janelas das casas, conversando com outros objetos e estruturas do mundo. Usando esse procedimento, esses objetos são deslocados de seu uso prático, sugerindo uma nova forma de permanência, desta vez atrelada à memória.
Ambos os artistas se empenham no trabalho de trazer à luz o detalhe, o que não está lá, o que fica depois que a matéria desvanece.
Fotos: Andre Barion